sábado, 9 de julho de 2016

Significado dos Nomes de Acordo com a Psicogenealogia



Os significados dos nomes são por vezes inconscientes, 

mas ainda assim nos afetam.  

Quão leve ou pesada pode ser a carga imposta por um nome? 



Este primeiro presente outorgado ao recém-nascido o individualiza no seio de sua família. A psique infantil, tal como faria um animal doméstico, se identifica a esse som que constantemente atrai sua atenção. Termina por incorporá-lo à sua existência como se fosse um órgão ou uma víscera a mais. Na maioria dos casos, nos nomes, se realiza o desejo familiar de que seus antepassados renasçam: o inconsciente pode disfarçar esta ausência dos mortos repetindo o nome inteiro (em muitas famílias o primogênito recebe o mesmo nome que seu pai, seu avô, seu bisavô; se for uma mulher, pode receber nomes masculinizados que passa por exemplo de Francisco à Francisca, de Marcelo à Marcela, etc). Estes nomes vêm carregado de uma história, às vezes secreta (suicídio, enfermidade, cárcere, prostituição, incesto ou vício, seja de um avô, uma tia ou primo), e se faz assim veículo de sofrimentos ou de condutas que pouco a pouco invadem a vida de quem o há recebido.


Há nomes que alegram e nomes que pesam. Os primeiros atuam como talismãs benéficos. Os segundos, são detestados. Se uma filha recebe de seu pai o nome de uma antiga amante, esta sente-se como uma parceira do pai por toda a vida. Aquelas pessoas que recebem nomes que são conceitos sagrados (Santa, Pura, Imaculada, etc.) podem sentir como ordenações, padecendo de conflitos sexuais. Aqueles batizados como anjos (Angélica, Rafael, Gabriel, Celeste, etc.) podem sentir-se não “encarnados”. Os Jesus, Emanuel, Cristian, Cristóvão, é muito possível que padeçam de delírios de perfeição e aos 33 anos tenham angústias de morte, acidentes, ruínas econômicas ou enfermidades.


As vezes os nomes dados são produto do desejo inconsciente de solucionar situações dolorosas. Por exemplo, se um homem quando era pequeno foi separado de sua mãe, chamará a seu filho de João Maria, realizando assim nesse nome duplo seu desejo de unir-se com ela. Se um pequeno morre, os que lhe sucederem podem ser chamados de René (do latim renatus, que significa “renascido”). Se um antepassado foi preso, para vergonha de sua família, por haver cometido um roubo, um descendente direto pode ser batizado com nomes que remetem à pureza e à inocência. Se depois de uma filha nasce um filho ao qual se batizam com o nome dela masculinizado (Antônia seguida de Antônio, Francisca seguida de Francisco, etc.), pode indicar que o nascimento da menina foi uma decepção e, considerando-se o projeto de um futuro homem, pode viver em uma dolorosa desvalorização de si mesma, sentindo-se incompleta.


Um nome inspirado em estrelas de cinema ou televisão, de escritores famosos impõe uma meta que exige a celebridade, ou que pode ser complicado se não têm talento artístico. Se os pais transformam o nome de seus filhos em diminutivos, podem fixá-los para sempre na infância.


O inconsciente, por sua natureza coletiva, esconde significados nos nomes que o indivíduo, sem conhecer conscientemente, padece. Os nomes de santos induzem qualidades, mas também transmitem martírios. Algumas Marias podem verem-se assediadas pelo desejo de terem um filho perfeito. Alguns Josés podem ter dificuldade para satisfazer a uma mulher.


Os nomes, no inconsciente, funcionam como mantras (versos proferidos por aqueles das culturas hinduístas e budistas). Estas palavras, por sua repetição constante, originam vibrações que produzem determinados efeitos ocultos. Os hindus acreditam que cada som no mundo físico desperta um som correspondente nos reinos invisíveis e incita a ação de uma força ou outra. Segundo eles, o som de uma palavra é um eficaz agente mágico e a principal chave para estabelecer a comunicação com as entidades imortais. Para a pessoa que desde o nascimento até a morte repete e escuta repetir seu nome, este funciona como um mantra. Mas um som repetido pode ser benéfico ou danoso. Na maioria dos casos o nome consolida uma individualidade limitada. O ego afirma “Sou assim e não de outra maneira”, perdendo fluidez, estagnando-se.


- por Alejandro Jodorowsky




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