segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Encontro da Totalidade do Ser na sua Residência



O Ser Integral Significado no Local de Moradia

Carl Gustav Jung (1875-1961) dedicou boa parte da sua vida no estudo da consciência humana que também é o objeto de estudo da Psicologia Transpessoal ao conceituar o Ser Integral.

Para Jung cada fase de evolução da consciência é acompanhada por um símbolo, para ele o mecanismo que transforma a energia é o símbolo. Nesta base teórica ancoramos as significações universais ou arquetipais referentes ao local de moradia para impulsionar uma transformação da consciência pessoal.

O envolvimento de Jung com a alquimia e a influência dos estudos do seu paciente, o físico Wolfgan Pauli, sobre a mecânica quântica, levaram ambos a concluir que existe um outro nível, que não é material nem psíquico, por detrás tanto da matéria quanto da psique.

A mecânica quântica considera que a matéria pode estar em mais de um estado físico ao mesmo tempo. E neste ponto se aproxima do conceito de sincronicidade. Jung desenvolveu esse conceito para definir acontecimentos que se relacionam mediante mesma significação, não por causalidade.

De acordo com os conceitos de Jung, a sincronicidade acontece quando a realidade psíquica e a realidade física se encontram. Eventos sincronísticos fizeram com que ele definisse arquétipo como algo mais do que um fenômeno psicológico, também um modelo padrão que pertence à própria realidade e que pode tanto afetar a psique quanto a matéria.

Acontece a sincronicidade quando eventos ou situações específicas coincidem num padrão significativo. A partir da compreensão espontânea desse fenômeno, que passa longe da via mental, pode-se ter revelações instantâneas. A isso Jung denominava ‘insight’. Conclui-se assim que eventos sincrônicos entre corpo e psique podem oportunizar insights de evolução pessoal.

Neste substrato que existe por detrás da matéria e da psique, num estado indiferenciado de energia, se localizam os arquétipos, esse é o nível da psique coletiva.

Arquétipo pode ser compreendido como as ideias de um primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, um padrão original que contem todas as coisas existentes mas que não possui forma fixa ou pré-definida.Jung usou esse termo para conceitualizar estruturas que servem de molde para a expressão e o desenvolvimento da psique, a partir de “imagens primordiais” que existem desde os tempos mais antigos.

Nas palavras de Jung:
 “Existem tantos arquétipos quantas as situações típicas da vida. Uma repetição infinita gravou estas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas de conteúdo, mas a princípio somente como formas sem conteúdo que representavam apenas a possibilidade de um certo tipo de percepção e de ação.” [1]

Jung dizia que o inconsciente traz conteúdos internos para se expressar sobre as situações externas mediante um gatilho de projeção, sem a participação do ego.

Neste processo de projeção acontece uma conexão direta entre o conteúdo psíquico e o objeto ou situação que serve à projeção e desta forma é possível perceber, interpretar ou traduzir conteúdos inconscientes que oportunizam uma evolução da consciência.

Segundo Ken Wilber a psique é reconhecido no nível do ego, a integração psique/soma é trabalhada no nível existencial, no nível transpessoal a pessoa pode experimentar e reconhecer em si mesmo experiências psicoespirituais mais amplas. E no nível da mente, que para ele expressa a unidade, a Consciência une-se com a energia básica do Universo.[2]

Na Abordagem Transpessoal a busca é do despertar da Consciência, aqui ancorada mediante integração dos elementos do eixo experiencial (razão, emoção, intuição e sensação).

Numa interpretação simbólica da casa encontra-se um recurso de expansão da consciência mediante interpretações de conteúdos psíquicos uma vez que todo símbolo exprime projeções inconscientes. Na relação de totalidade com o mundo, o habitar humano constitui sua característica essencial.

Quando olhamos efetivamente para a nossa casa podemos entender mais sobre nós mesmos, na atividade de habitar podemos nos aproximar de nossa essência, alcançar a plenitude do nosso verdadeiro ser. Habitamos a nossa casa antes de habitarmos o mundo.

A prática de olhar atentamente para o interior deste espaço de moradia com o objetivo de descobrir-se projetado nos próprios gostos, decoração, estética pessoal oportuniza um processo de trazer à consciência características íntimas que nos aproximam da totalidade do Ser.

Lucimara Stráda - nov/12 - www.harmonizare.com.br
 


[1] HALL, Calvin S. & NORDBY, Vernon J. Introdução à Psicologia Junguiana. São Paulo: Cultrix, 2005.

[2] WILBER, Ken. Psicologia Integral: consciência, espírito, psicologia, terapia. São Paulo: Cultrix, 2002.

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